A Periodização da Economia Brasileira

Getúlio Vargas | Partido dos Trabalhadores

    No artigo anterior deliberamos sobre a importância de se estudar a História da Economia Brasileira, chamando atenção para seu papel compreensivo, empírico e preditivo.

    No presente artigo iremos dar sucessão a discussão, dessa vez entrando em aspectos metodológicos, mais especificamente na periodização da economia brasileira.

    O conceito de periodização consiste em dividir a história de um determinado objeto em diferentes "fatias" da história, com base em marcos determinados. Essa divisão é feita com fins metodológicos, para facilitar o processo de aprendizado de uma determinada matéria

    Geralmente essa periodização é feita em períodos maiores (macro períodos) e em períodos menores dentro desse período maior (micro períodos), como ficará visível a diante.

     

    Como visto, a periodização costuma ser data por "cortes" na linha do tempo dados por acontecimentos que funcionam como elementos disruptivos que põem fim em uma era e iniciam uma nova, como um golpe militar, uma mudança de governo ou a eleição de um novo candidato.

    Em história existe o costume de se dividir a história de um país com base em seus modelos de governo, sendo cortado por mudanças disruptivas no modelo de estado.

    No caso brasileiro isso resulta em uma periodização dada por:

    Observe que na terceira tabela destacamos os elementos disruptivos de cada período temporal, esses elementos disruptivos são os elementos que marcam o fim desse determinado período histórico.

    Naturalmente a divisão em modelos de estado trata-se de uma divisão em macro períodos. Dentro de cada período existem micro períodos que tem por características consistir em momentos disruptivos de menor relevância. São considerados de menor relevância na medida em que não alteram a estrutura de organização do estado, ainda que afetem em muito os rumos da política econômica do Brasil.

    Dentro desses períodos existem diferentes abordagens de como se dividir a história do Brasil. Geralmente se utiliza a abordagem de divisão por governo regente, essa divisão é ainda mais clara na história do Brasil república. Sendo esses micro períodos marcados essencialmente por mudanças de governante.

    Essa divisão exige dois comentários sobre épocas específicas.

    Quanto ao Brasil colônia, essa divisão não costuma ser muito relevante e nem utilizada frequentemente na academia. Nesse período a academia costuma promover uma abordagem alternativa a abordagem de governo regente, sendo mais comum utilizar a abordagem de ciclos econômicos, que divide esse período de tempo em função das tendências majoritárias em determinado período da economia brasileira.

    Partiremos da periodização inspirada no autor Celso Furtado, ainda que em Formação Econômica do Brasil ele não crie uma periodização explicita definida, podemos extrair uma divisão desse período em: Etapa Colonial, Ciclo do Açúcar, Ciclo do Gado e o Ciclo do Ouro. Nesses períodos não iremos instituir limites temporais, pois eles não são períodos com inícios e fins bem definidos, como as divisões por presidente, e em muito momentos se sobrepõem e coexistem. 

    Quanto a era Vargas, ainda que Vargas tenha governado o Brasil de 1930 até 1945, é de praxe dividir esse período em dois micro períodos, o Estado Velho (1930 - 1937) e o Estado Novo (1937 - 1945), essa divisão ocorre pois em 10 de novembro de 1937, o então governante brasileiro Getúlio Vargas instaura uma ditadura no Brasil, promovendo uma reforma constitucional, e naturalmente, nos rumos da política econômica do Brasil.

    No demais, o abordagem do governo regente funciona bem.

    Dados esses comentários, passamos a ter uma periodização dada por:


     Na nossa série de artigos, iremos utilizar como base metodológica a periodização demonstrada acima, ainda que não iremos seguir um caminho essencialmente linear, pois alguns períodos exigem comentários mais aprofundados sobre determinados tópicos.

     

    No próximo artigo, iremos abordar a questão da colonização do Brasil.

 

Bibliografia:


Para essa parte introdutória vale a pena ler a introdução do livro Formação Econômica do Brasil do autor Celso Furtado.

Comentários